quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A noite rasga-me as costuras, ilusões fáceis de engolir perto de um aquecedor que finje abraçar o inabraçável... Silenciador dos meus espaços vazios. Fosse o frio o meu mal maior e não haveria mundo que não me ouvisse, medo que eu não partisse, noite que eu não queima-se. Viúva de pensamentos, a noite ainda é noite e será assim por muito tempo. Tenho linha, tenho botões. Construo uma casa num casaco de lã, outra casa não existe.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Instável. Calma. Que medo.


Instável.
Quebradiça.
Melindrada com a calma.
Esta calma que me pedes tão urgente.
Mas estou instável.
Dolorosa na minha luta.
E a calma que me pedes...
Queria eu que [ME] pedisses.
Pedes o que antes te fiquei a dever.
Tenho medo dessas dívidas.
E da calma.
Que medo que não a vejas e te fartes de pedir.
Que não voltes a pedir(-me).
Que medo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

As ostras ficaram mudas.

Uma caligrafia desajustada e suja,
Arrancada a ferros moles,
Pesada e dura no seu silêncio.
É assim que isto acontece.
Já nenhuma pérola nasce por si.
As ostras ficaram mudas.
As vertigens e quedas de antes,
Mais doentias, mais genuínas,
Morreram todas na sobriedade.
Já nada surge limpo ou chorado.
Nada surge, simplesmente.
Gasto dinheiro em soluções.
De vez em quando compro

Uns óculos de Cristal
E enfrento o Mundo no início do desequilíbrio.
Roubo o sorriso dos seres naturais,
E nas Horas em que os óculos ainda servem,
Sinto que sou o melhor disso tudo.
Mas o cristal desfaz-se cedo e
A realidade não se envergonha de aparecer...
Áspera.
Efémera ou não...
Prefiro a insanidade à exaustão.
Sobrou pó? Também serve.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Pe[n]samentos

Ácidos.
Corta[-me].
Ácidos.
Segura[-me].
Ácidos.
Engole[-me].
Ácidos.
Os pensamentos.
Não ligues porque são ácidos.

Posso chorar assim baixinho?

sábado, 15 de setembro de 2007

Três dias, muitos anos.

"A vida não é um sonho, afinal." - são as únicas palavras que ele consegue dizer enquanto pisa uma a uma todas as boas recordações que havia. Felicidade a mais faz as discussões passarem do prazo de validade, o que não é bom não vá terem de ser vendidas em saldo. Culpas à parte, há sempre algo a dizer, melhor que não dizer nada - talvez pense ele.
Vira-se uma pessoa de cabeça para baixo e deixa-se o sangue subir-lhe à cabeça, tudo fica enevoado e sente-se menos (parece que antigamente se cruxificavam as pessoas assim - excepto Jesus que era um mal maior - para não sofrer tanto). Umas horas depois vasculha-se os restos mortais duma mente desfeita à procura de algum positivismo - temos sempre de ver o lado bom das coisas, não é? Positivismo não encontrado. Quem sabe se ficar pendurada um pouco mais ele acabe por [me] escorrer.
Há três dias que o Sol não nasce.
Há anos que tenho frio.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Resta um corredor de cabelos brancos

Há Horas de morte por aqui.
Os dias até morrem mais depressa para não pararem nesta porta. E há vírus por todo o lado. Até os gritos se enterraram a eles mesmos. Berrar para quê? Sussurram-se sorrisos de falsa conformação e todos dizem "que azar, até parece bruxedo". Um coxeia, uma incha, a outra arfa e eu vomito. O gato adoece da sua sanidade e nada mais resta. Quantos são? Não interessa... Morrem todos um pouquinho e de noite rasgam-se em cegueiras para não ver a vivacidade da desgraça, dizem que mata. Quantos dias passaram desde o luto? Não sei. Estive fora uns dias, a viver a tranquilidade dos cristais e a alucinação em papel e depois pensei que voltava ao Inferno do costume. Esquece, nem esse sobreviveu. Resta um corredor de cabelos brancos. Passa a noite e eu corri-lhe todos os quilómetros à procura do antigo demónio mas nada acontece. Lavo, seco, esfrego, aspiro e não respiro. Janelas fechadas - olha os pulmões - , pés descalços - olha o barulho - (mas ela não era surda?), gato fechado - olha a agitação - , olhos tristes - olha a desgraça. Para quê uma cama? Ninguém precisa disso. Não vivas. Isso, assim. Olha que aqui não nascem bebés de canelas compridas. Amputam-se pernas e abortam-se miomas.
Afinal sempre acontece qualquer coisa.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

A Felicidade suspensa numa nuvem.
O destino em

q



u



e



d



a


livre.


Pode ser que chova.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Meia Hora

Ao longe o idioma parecia irreconhecível. A voz distorcida, quase se afogava no barulho ensurdecedor da guitarra. As cordas arranhavam os dedos, já sem memória daquilo.

Não tinha o rosto de hoje nem o daquele tempo, crescido de todos aqueles pensamentos, envelhecido talvez. Quantos anos teriam passado desde aquela paisagem? Os suficientes para que fingisse ter-se esquecido sem que isso lhe pesasse na consciência [as rugas na memória costumam ser esconderijos perfeitos para verdades inconvenientes].

Sem saber como, dava sempre por si a esforçar-se em alisar a lembrança... Como era a voz dela? Afinada? Nao se lembra. Era forte! Tão forte como ela. Uma força tão grande que desfalecia em fraquezas sempre que ninguém estava a ver, sempre que olhava a guitarra abandonada e não havia dedos para a tocar, sempre que se lembrava daquela vista...

Havia pinheiros e um rio. Havia os olhares mais enlaçados do mundo. Havia aquilo que se nunca mais houve: eles. Havia dias em que o mundo se chamava saudade... Em que a vida era uma dor liquida.

Ele estava velho, os olhos assim calmos, assim vagos, assim vazios, assim... mortos. Quando foi que se perdeu da mão dela e se deixou desenlaçar pela ausência? Quando foi que se esqueceu do caminho de volta? A viagem de dois anos transformou-se em décadas. Séculos no desespero dela. Ela esperou até ao último segundo que pode.

De todas as artes que dominava a única que deixou escapar foi a de ser feliz.

O nervosismo da culpa pingava-lhe da testa, o desgosto rompia pelos olhos, rolava cara abaixo até se perder na barba mal aparada do queixo.

Depois duma vida, ele decidiu voltar.Precisava tê-la de volta. Queria apertá-la nos seus braços a todo o custo. Apagaria todos os anos de sofrimento. Enfrentaria o mundo por isso.

Chegou meia hora atrasado.

Os pinheiros daquela paisagem não lhe serviram de nada naquela hora. Não eram tão fortes como ela.

Ela tinha-se entregue a um carvalho.

Corpo, alma...

E pescoço.

[Tantos anos e nem chegaram a ver o nascer do Sol].

Meia hora.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Desvio

hoje não consigo parar de chorar-te.
e tu não consegues deixar de ser.
és um coração meio vazio, meio cheio.
depende sempre do ponto de vista.
é o que costumas dizer.

e há-de haver sempre razão na tua voz.
e eu hei-de estar sempre aqui para ouvi-la
[à voz...].

será que o fogo ardeu demais?
ou foi o vento que se enganou no caminho?

domingo, 24 de junho de 2007

Desejo[-te]

(Porque desejo...)
Adormecer assim perto duma janela entreaberta para a morte de mais um dia que deixa nascer quente a brisa duma nova noite. Refugiar-me naquela cama perfeita que - redoma de vidro - me salva da cidade envelhecida e enervada pelo pulsar aflito de tantas vidas caóticas. Tantos os prantos, tantas as dores, tantos os gritos... Porque eles não sabem como, porque eles não sabem de nós, porque não te tiveram a ti.
Deixar-me fluir em sonhos e ser obrigada a inalar o odor irresistível da tua presença, dos passos que te aproximam ecoando baixinho, por onde floresces, natural, Lótus que és.
Ter os teus olhos fixos nos meus, e logo ali sabe-los meus, como já os sabia antes, desde sempre aliás.
Permanecer num momento livre de segundos em que deixas uma carícia no meu corpo dormente, pousas um beijo nos meus lábios e mordes um sussurro no meu pescoço.
Sentir aqui e agora esse ar quente de veludo que suspira um arrepio pelas pernas e pelos braços que não temos, porque somos Vento e Fogo.
Ver-te soprar o meu calor e abrires-me em desejos de ti que de tão inevitáveis reavivam os corpos que flutuam sozinhos... [Porque se amam]


E é então que me fazes mulher em ti.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

O Sol nos olhos

Dizem que fui sempre assim: vestida de todos os sentidos, coberta de todas as sensibilidades. Já me disseram única, já me viveram muito, já me amaram e odiaram demais, já fizeram de mim um infeliz corpo que mora de pé - de pé atrás, de preferência -, já fui tudo isso e muito mais.
Agora vivo entre o risco das trevas e luto com granadas de luz [tenho o teu Sol guardado e nunca te disse]. E às vezes sinto a cabeça mover-se sozinha, entrar em paranóia, e correr dum lado para o outro, dum lado para o outro... É o pêndulo da saudade por quem mal me conhece, a sacudir-me os ossos, a descompassar-me a lucidez. E nesses dias chego a pisar a linha do abismo. Olho para baixo e vejo-te o meu perigo, olho para cima e sinto a paz. Nunca quis voar, mas temo a vertigem da [tua] queda. E depois lembro-me desse mar de areias movediças e recuo, recuo sem parar mas volto sempre ao mesmo... Aqui, onde hoje está Sol, onde - finalmente - tocas a difícil melodia do sorriso. Onde o Universo somos nós e aquele quarto escuro. E tenho o Sol nos olhos.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Insuficiências

Pisar as lágrimas, esta noite, e queichar-me do frio da chuva a alagar-me os pés. Estes calafrios desconfortáveis a lembrar que sofri hoje e ontem e que sofri sempre assim a segurar as lágrimas, a manter a maquilhagem no lugar, porque tudo tem o seu lugar menos eu. O frio dói ainda mais nestas queimaduras - o teu gelo queima, sabias? - e teimo em não me aquecer, hei-de estar tão gelada que não me restará mais espaço para qualquer outra dor. Não podes crescer! - berro cada vez mais alto na minha revoltada mudez e aperto-me e contorço-me e mordo-me para me livrar do caos. Onde foi que me arranhei desta maneira que faz doer tanto ou tão pouco - doer pouco é uma forma de sofrer mais - que só me apetece cuspir, cuspir-te de mim, cuspir-me para longe? Quando foi que te alimentei que até me esqueci de todas as promessas que tinha feito - noite após noite quando não fechava os olhos nem por um segundo - para me livrar da outra sombra e agora... Tu aqui, porquê? Tudo o que se engrandece no meu coração - orgão de insanidade fatal - me esmaga. Hás-de ficar pequenino e insignificante porque assim insuficiente és perigoso demais.

sábado, 21 de abril de 2007

Há dias assim...

Há dias assim...
Em que os pulsos se cortam a eles mesmos,
Em que a tua paz implora por guerrear e prepara um a um os teus soldadinhos de chumbo.
Há dias assim...
Em que o meu sentimento secreto se dilui em banalidades e morre por si mesmo,
Em que te vejo um vidro estilhaçado que fugiu com o meu sorriso.
[e são frias estas lágrimas...]
Há dias assim...
Em que me acabo nas ruas para me manter inteira,
Em que és todo chuva e eu tremo por um raio de Sol.
[aquece-me por favor...]
Há dias assim...
Em que deliro com palavras que estão por vir desde sempre
Em que me ofereces um silêncio bonitinho porque não sabes.
[tu nunca sabes...]
Há dias assim...
Em que não aguento que seja assim.

domingo, 15 de abril de 2007

Gato preto pingado de branco

[Como um]
Gato preto pingado de branco,
Esse sofrimento disfarçado
- sempre -
De pensamentos plastificados.
Admoestrado pela vida - suada de medos -
Uma doente
Coisa infeliz...
Os olhos turvos de sangue,
Esventraram-lhe o respirar.
A potrefação dos sonhos - como fede!
Cuspiram-lhe as asas fora,
É gato - não precisa.
O céu dos pássaros fica mais distante que eu do mundo.
Liberdade disparada à queima-roupa.
Saudade meticulosamente pregada ao peito
[O meu].

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Vírus

Confiei-te um segredo: o meu respirar. Disse-o meu, disse-me recuperada e dona de mim. Mentira mais bonita não podia haver, não fosse ter-me esquecido de me convencer disso.
Rasgo-me todos os dias em dores por pensar varias vezes que penso demais. E penso-nos assim no meio do caos em que teimas esconder-te - sentimento todo tu indefinido.
Purgatório doloroso este. Sentia mais um pouco e era feliz, sentia um pouco menos e tinha paz. Sinto assim e enlouqueço no pulsar constante desse rosto pouco revelado e do outro mal apagado - duas portas entre-abertas.
E os cheiros... O teu, o dele, o meu? Todos eles contaminados. Sou toda vírus.
Náuseas.
Dor.
Caos.
Cheiros.
Portas.
Fechem-se.
Por favor.

domingo, 1 de abril de 2007

Finalmente... O Grito

És assim um sonho bem desenhado
Que flui por essas paredes que te fazem artista
Com a suavidade da imaginação
Daquela que te vê - assim real.
E ainda ouço aquela flauta dentro de mim,
Melodia que liberta o meu corpo viajante,
Como a ondulação desses cabelos compridos
Que invadem - indiscretos - as longas noites
Em que luto impaciente contra os delírios
Das palavras que teimam em ser soltas.
Podia soletrá-las sílaba a sílaba
Mas ainda é cedo, ainda há medo
Desse carinho que desce das tuas mãos
E me desperta para a vertigem desses olhos que usas em mim
E que - quase fechados - engolem os meus.
[Porque esqueço tudo.]
E há valsas entre a tua língua e o meu umbigo
Que quase se perdem um no outro
No descompasso dos corações [e até a neve fica vermelha]
Não fosse batermos com a cabeça no horizonte
E percebermos que o dia passou e nem abrimos os olhos.
A delicadeza com que apagas a tua luz em mim
Tatua antecipadamente a minha pele.
Mas a noite é fria e o álcool também
E pressinto aqui o bater das asas [nem sei porque não as tens]
Ferindo a existência do nosso vínculo discreto
Ausente e desinteressado do meu sofrimento...
Aquela merda de dor que nunca esquece a minha cara.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

O cofre

A noite fez um intervalo e acordou-me para me lembrar que tinha sede. Ao meu lado, rangias os dentes com a habitual agitação do sono. A sede levou o meu corpo ao colo até ao sítio onde eu ouvia sempre aquela voz - "Esta água desliza tão bem na garganta... Posso mor?" - , mas nessa noite o garrafão estava mudo e a água já tinha sido toda chorada. O coração disparou ao som desmesurado daqueles passos maldosos da lembrança que nunca se cansa de me assustar. Precipitei-me a olhar para nós e as lágrimas saltaram logo. Corri para o quarto e abanei-te a tranquilidade. A minha inquietude berrava à tua calma: P o cofre está vazio! Acorda! ACORDA! Uns gemidos de birra depois e abrias finalmente os olhos. "O quê? Joana dorme por favor. Tu e os pesadelos... Ainda é cedo!". Odiava quando tu e o relógio faziam aquele estúpido complô para me desarmar. Tinha precisamente meio minuto para me explicar ou o peso do teu sono vencia o meu desespero. Já te viravas para o outro lado. P não entendes? O nosso cofre foi roubado! O Amor não está lá... Os olhos pesaram-te de vez, mas não foi de sono. Tentei, em vão, encaixar neles uma palavra, mas Tristeza andava longe e Vergonha não cabia. "Esqueci-me de te dizer... Eu levei-o comigo na viagem e... Perdi-o." A minha alma quase sufocou antes de cair no chão. Eu estava descalça e ainda me cortei a apanhar os cacos. "Tem calma Joana, tens conserto." - a tua voz sofria um daqueles momentos em que a garganta arranha como a do teu pai, parecendo ainda mais grave. E nós temos conserto? Lembraste onde o deixaste? Eu encontro-o, não te preocupes. Vou e venho de avião e amanhã à noite está(mos) de volta. Mas aquela mão que tanto me amou pesou-me no ombro e deu a notícia do óbito. "Vá não fiques assim... Deita-te no meu peito pequena. Aproveita... Amanhã já não és menina. Não estarei mais aqui."
Afinal sempre (me) partiste.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

e depois eu

e depois o sol a morrer e a ponte ainda viva
um derradeiro raio de luz que se demora mais um pouco
nos olhos de quem vê o agora e não sabe se voltará a ver amanhã
uma lágrima a cair no desespero da cara molhada onde
corre o silêncio - esse doloroso som - que quebra a rotina
dum ano que passou e não deu conta do tempo
que morre e morre demoradamente
como este olhar que usas em mim e desmentes saber
na instância felicidade dum gemido que foge do umbigo metálico
que te recorda aqui e ali nas esquinas em que tudo é possível
e nada acontece.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Saltei do espelho - diria com ar feliz.
Livrei-me da imagem perpetuada em agonia,
Presa a uma moldura usada
E suada por todos os que nela se reflectiram.
Saltei do espelho para o incerto.
Fui mordida vezes sem conta...

Mordi(-te) e sobrevivi.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

A minha Casa de Vidro

Passeio os olhos pelo consolo
Que alimento num papel amarrotado
Gasto pelo sonho interrompido
Dum projecto inacabado...
A minha casa de vidro.

Era linda, sabias?
Mas frágil (não passou dum rabisco).

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Inauguro o dia
Com o resvalar imagético da noite (mal) passada.
O gesto quase inato de olhar para o relógio
E ver passar o tempo do luto sorumbático
Na procura constante das Horas que te pedem
(Que me pedem).
Tapo os olhos para não ver
As paredes brancas que me insultam o tédio
Medonho...
A dor - quase evadida - do corpo frio
É capturada a cada instante seguro
Pelo terror lacinante de te ver
(E não te ter).

O que fizeste contigo Joana?

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Ver-te

E de repente nasces assim
Uma palavra,
Um sonho,
Uma visão,
Uma lembrança...

Por morrer.
Como esta lágrima.