sábado, 15 de setembro de 2007

Três dias, muitos anos.

"A vida não é um sonho, afinal." - são as únicas palavras que ele consegue dizer enquanto pisa uma a uma todas as boas recordações que havia. Felicidade a mais faz as discussões passarem do prazo de validade, o que não é bom não vá terem de ser vendidas em saldo. Culpas à parte, há sempre algo a dizer, melhor que não dizer nada - talvez pense ele.
Vira-se uma pessoa de cabeça para baixo e deixa-se o sangue subir-lhe à cabeça, tudo fica enevoado e sente-se menos (parece que antigamente se cruxificavam as pessoas assim - excepto Jesus que era um mal maior - para não sofrer tanto). Umas horas depois vasculha-se os restos mortais duma mente desfeita à procura de algum positivismo - temos sempre de ver o lado bom das coisas, não é? Positivismo não encontrado. Quem sabe se ficar pendurada um pouco mais ele acabe por [me] escorrer.
Há três dias que o Sol não nasce.
Há anos que tenho frio.