domingo, 6 de julho de 2008

Tu eras. E nessa altura, não quero errar, gostavas de o ser. O único. Verdadeiro. Amor. Um herói. Quantas vezes me abriste. Quantas vezes me abri em ti. Ainda te lembras? Quantos muros à beira da estrada, quantas casas sem porta (eu sei que te lembras, eu vi que te lembras), quantas mesas da sala, quantos chãos. Uma segurança. Que se foi. Tenho cadáveres. Lembranças mortas. Películas detioradas. Filmes de outros séculos. Heróis são heróis e não morrem nunca. Heróis dão-nos a mão, salvam-nos quando todos nos pisam e mantêm-se no anónimato. Foi o que disseste. Quero a tua mão. A tua mão sem saber que é a tua mão. Tanto faz. Uma segurança. Como da última vez. Não me lembro da última vez. Tenho minas. Pela última vez. Salva-me.

2 demências:

Anónimo disse...

É nestes momentos que me viro e, covardemente engulo, fujo e me escondo, na esperança do dia seguinte ser realmente apenas o dia seguinte...
É o meu segredo. É ele que me corrói, mas, inconscientemente, sou eu que o alimento.
É a nostalgia daquilo que julgava perfeito até o ver a desmoronar-se diante de mim. Mas as folhas continuam a voar, o sol nasce e põem-se e repete interminavelmente este ciclo onde me encontro no centro, rodeado por tudo o que passa, mas nem lhe consigo tocar.
Por vezes, a beleza só pode ser vista e não sentida.

Demian disse...

Minas? O que tu tens são pedaços de pequenos nadas, que julgas suficientes para impedir a tua felicidade. Ninguém pode salvar-te, apenas tu própria. Abre os olhos e ergue-te desse teu pranto, és muito mais que esse fim que preconizas. Estás, apenas, no início...

(Welcome back, miss Joana Lima, we missed you a lot).

Beijo