A Felicidade suspensa numa nuvem. O destino em q u e d a livre. Pode ser que chova. |
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Da mente mais que demente de
Joana Lima
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2:59 da tarde
2
demências
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Meia Hora
Ao longe o idioma parecia irreconhecível. A voz distorcida, quase se afogava no barulho ensurdecedor da guitarra. As cordas arranhavam os dedos, já sem memória daquilo.
Não tinha o rosto de hoje nem o daquele tempo, crescido de todos aqueles pensamentos, envelhecido talvez. Quantos anos teriam passado desde aquela paisagem? Os suficientes para que fingisse ter-se esquecido sem que isso lhe pesasse na consciência [as rugas na memória costumam ser esconderijos perfeitos para verdades inconvenientes].
Sem saber como, dava sempre por si a esforçar-se em alisar a lembrança... Como era a voz dela? Afinada? Nao se lembra. Era forte! Tão forte como ela. Uma força tão grande que desfalecia em fraquezas sempre que ninguém estava a ver, sempre que olhava a guitarra abandonada e não havia dedos para a tocar, sempre que se lembrava daquela vista...
Havia pinheiros e um rio. Havia os olhares mais enlaçados do mundo. Havia aquilo que se nunca mais houve: eles. Havia dias em que o mundo se chamava saudade... Em que a vida era uma dor liquida.
Ele estava velho, os olhos assim calmos, assim vagos, assim vazios, assim... mortos. Quando foi que se perdeu da mão dela e se deixou desenlaçar pela ausência? Quando foi que se esqueceu do caminho de volta? A viagem de dois anos transformou-se em décadas. Séculos no desespero dela. Ela esperou até ao último segundo que pode.
De todas as artes que dominava a única que deixou escapar foi a de ser feliz.
O nervosismo da culpa pingava-lhe da testa, o desgosto rompia pelos olhos, rolava cara abaixo até se perder na barba mal aparada do queixo.
Depois duma vida, ele decidiu voltar.Precisava tê-la de volta. Queria apertá-la nos seus braços a todo o custo. Apagaria todos os anos de sofrimento. Enfrentaria o mundo por isso.
Chegou meia hora atrasado.
Os pinheiros daquela paisagem não lhe serviram de nada naquela hora. Não eram tão fortes como ela.
Ela tinha-se entregue a um carvalho.
Corpo, alma...
E pescoço.
[Tantos anos e nem chegaram a ver o nascer do Sol].
Meia hora.
Da mente mais que demente de
Joana Lima
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3:53 da tarde
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sexta-feira, 6 de julho de 2007
Desvio
hoje não consigo parar de chorar-te. e tu não consegues deixar de ser. és um coração meio vazio, meio cheio. depende sempre do ponto de vista. é o que costumas dizer. e há-de haver sempre razão na tua voz. e eu hei-de estar sempre aqui para ouvi-la [à voz...]. será que o fogo ardeu demais? ou foi o vento que se enganou no caminho? |
Da mente mais que demente de
Joana Lima
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2:49 da tarde
1 demências